Morte
vida Severino
• Autor
João
Cabral de Melo Neto (Recife, 9 de janeiro de 1920 — Rio de
Janeiro, 9 de outubrode 1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra
poética, que vai de uma tendênciasurrealista até a poesia popular, porém
caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e
marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no
Brasil.
Irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do
poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre, João Cabral foi amigo do
pintor Joan Miró e do poeta Joan Brossa. Membro da Academia Pernambucana de
Letras e da Academia Brasileira de Letras, foi agraciado com vários prêmios
literários. Quando morreu, em 1999, especulava-se que era um forte candidato ao
Prêmio Nobel de Literatura.[1]
Foi casado com Stella Maria Barbosa de Oliveira, com quem
teve os filhos Rodrigo, Inez, Luiz, Isabel e João. Casou-se em segundas
núpcias, em 1986, com a poeta Marly de Oliveira.
· Suas
obras
Pedra do Sono (1942)
Os Três Mal-Amados (1943)
O Engenheiro (1945)
Psicologia da Composição com a Fábula de Anfion e Antiode
(1947)
O Cão sem Plumas (1950)
O Rio ou Relação da Viagem que Faz o Capibaribe de Sua
Nascente à Cidade do Recife (1954)
Dois Parlamentos (1960)
Quaderna (1960)
A Educação pela Pedra (1966)
Morte e Vida Severina (1966)
Museu de Tudo (1975)
A Escola das Facas (1980)
Auto do Frade (1984)
Agrestes (1985)
Crime na Calle Relator (1987)
Primeiros Poemas (1990)
Sevilha Andando (1990)
Tecendo a Manha (1999)
Resumos do
sua principal obra
Severino é um retirante: ele é como muitos outros e que
está partindo para o litoral, fugindo da seca, da morte. A vida na Capital
parece mais atraente, mais vida, menos severina. Em suas andanças, entretanto,
Severino se depara a todo momento não com a vida, mas sim com o que já conhece
como coisa vulgar: a morte e o desespero que a cerca .
Em seu primeiro encontro com ela, o retirante topa com
dois homens carregando um defunto até sua última morada. Durante uma conversa,
descobre que o pobre coitado havia sido assassinado e que o motivo fora ter
querido expandir um pouco suas terras, que praticamente não eram produtíveis .
O retirante segue sua viagem e percebe que na região onde
se encontra, nem o rio Capibaribe - seco no verão - consegue cumprir o seu papel.
Severino sente medo de não conseguir chegar ao seu destino. Escuta, então, uma
cantoria e, aproximando-se, vê que está sendo encomendado um defunto. Pela
primeira vez, Severino pensa em interromper sua descida para o litoral e
procurar trabalho naquela vila. Ao dirigir-se a uma mulher, descobre que tudo
que sabe fazer não serve ali, e o único trabalho existente e lucrativo é o que
ajuda na morte: médico, rezadeira, farmacêutico, coveiro . E o lucro é certo
nessas profissões, pois não faltam fregueses, uma vez que ali a morte também é
coisa vulgar.
Se não há como trabalhar, mais uma vez Severino retoma
seu rumo e chega à Zona da Mata, onde novamente pensa em interromper sua viagem
e se fixar naquela terra branda e macia, tão diferente da solo do Sertão. Mais
do que isso: começou a acreditar que não via ninguém porque a vida ali deveria
ser tão boa, que todos estavam de folga e que ninguém deveria conhecer a morte
em vida, a vida severina _ . Ilusão de quem está à procura do paraíso: logo
Severino assiste ao enterro de um trabalhador de eito e ouve o que dizem do
morto os amigos que o levaram ao cemitério. Severino se dá conta que ali as
privações são as mesmas que ele conhece bem e que também a única parte que pode
ser sua daquela terra é uma cova para sepultura, nada mais.
O retirante resolve então apressar o passo para chegar
logo ao Recife. Severino senta-se para descansar ao pé de um muro alto e ouve
uma conversa. É mais uma vez a morte rondando, são dois coveiros que lhe dão a
má notícia: toda a gente que vai do Sertão até ali procurando morrer de
velhice, vai na verdade é seguindo o próprio enterro, pois logo que chegam, são
os cemitérios que os esperam.
Severino nunca quis muito da vida, mas está desiludido:
esperava encontrar trabalho, trabalho duro mas agora - desespero! - já se
imagina um defunto como aqueles que os coveiros descreviam, faltava apenas
cumprir seu destino de retirante.
Nesse momento, aproxima-se de Severino seu José, mestre
carpina, morador de um dos mocambos que havia entre o cais e a água do rio. O
retirante, desesperançado, revela ao mestre carpina sua intenção de suicídio,
de se jogar naquele rio e ter uma mortalha macia e líquida. Se José tenta
convencer Severino que ainda vale a pena lutar pela vida, mesmo que seja vida severina
. Mas Severino não vê mais diferença entre vida e morte e lança a pergunta: que
diferença faria se em vez de continuar tomasse melhor saída:a de saltar, numa
noite, fora da ponte e da vida?
Da porta de onde havia saído o mestre carpina, surge uma
mulher, que grita uma notícia. Um filho nascera, o filho de seu José ! Chegam
vizinhos, amigos, pessoas trazendo presentes ao recém-nascido . Vêm também duas
ciganas, que fazem a previsão do futuro do menino: ele crescerá aprendendo com
os bichos e no futuro trabalhará numa fábrica, lambuzado de graxa e, quem sabe,
poderá morar num lugar um pouco melhor.
Severino assiste ao movimento, ao clima de euforia com a
vinda do menino. O carpina se aproxima novamente do retirante e reata a
conversa que estavam levando. Diz que não sabe a resposta da pergunta feita,
mas, melhor que palavras, o nascimento da criança podia ser uma resposta: a
vida vale a pena ser defendida.
Nomes dos componentes do grupo
Marcos Aurelio n° = 24
Marivaldo n° = 28
Jordean n°= 39
Michael n° = 30
Elizandro n° = 11
Jonathan n° = 18
Paulo n° = 34
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